"O sonho é a satisfação que o desejo se realize."
(Freud)
Até agora.
Achava que sabia demais.
Até agora.
Sabia o que dizer e fazer.
Na escassez.
Anestesiando uma dor.
Por trás do riso.
Há mais outro dissabor.
Inventando loucuras.
Em uma mente sã.
Secou o cálice.
Que ofertei.
Estranhos gostos. Gestos vis.
A pressa, o fogo, o desejo.
Consomem.
O plebeu virou rei.
Então voo no teu céu.
Caio em si.
Refaço. Disfarço.
O que não pode ver.
A pé. A fé.
Persiste. Resiste.
Virou pesadelo.
O que era sonho para mim.
Então nós.
Tivemos deslizes fatais.
Então a sós.
Seus lábios pedem um pouco mais..
Observações.
São inúteis se não se entende.
A sintonia fina.
É um instante de altivez.
Temos poder de bruxas e reis.
Alquimistas, nobres e freis.
Estamos pugnando.
Sem abaixar a flâmula.
E render-se a esse bem.
O meu silêncio.
É a eloquência.
O arrebatamento.
Não se pode ver nem saber.
Então o teu céu.
Tem um tom de anis.
Passo. Repasso.
O que tenho de fazer.
A dor. O amor.
Linha tênue separa.
O pesadelo do infame.
É o sonho que vem a mim.
Solitário acordei.
Solitário uma vez mais.
A solidão está cambaleando.
Você acertou duro golpe.
Ela tende a perecer.
Então no teu céu.
Voo junto a ti.
Dou o braço. Abraço.
O que é para ser.
Com fé ou sem fé.
Sem despiste. A gente insiste.
O nosso sonho.
Tem começo, mas não tem fim.
(W.B.)